Maurício Gutemberg, 60, alagoano, economista, logo tornou-se um itinerante. Morou no Rio, São Paulo, Brasília, Itália e NY e hoje, momentaneamente, radicado no Rio. Inquieto, sempre procurou ter uma visão própria dos fatos, sem perder a magia das histórias da biblioteca de seu pai. No mercado financeiro, procura fundamentar histórias não óbvias sobre o futuro. Um dia, vê-se numa calma praia do litoral alagoano. Nada na natureza parecia merecer atenção especial. Ao final da tarde do seu último dia, resolve decifrar a beleza escondida naquela areia grossa e escura, o mar pacato represado pelos arrecifes e sem particular atratividade. O resultado foram movimento, formas, cores e reflexos de Milagres que não permitem nem seu maior habitué identificar a praia. Ali surgiu o desafio de encontrar na natureza formas e cores que surpreendessem. De repente, 47 anos depois, despretensiosamente, nasce um novo olhar atrás da câmera, fotógrafo do efêmero que a natureza cria e logo destrói.